segunda-feira, 29 de agosto de 2011

JOSÉ DIRCEU COMPARA A REVISTA VEJA AO TABLÓIDE NEWS OF THE WORLD DIÁRIO INGLÊS FECHADO POR PRATICAR ESCUTAS ILEGAIS

José Dirceu

Capa de uma revista semanal de grande circulação no país, neste fim de semana, o ex-ministro José Dirceu do governo Lula deverá ingressar com uma ação judicial contra a editora da publicação, ligada a grupos de ultradireita no Brasil e no exterior, por crime contra os direitos individuais do cidadão. José Dirceu afirmou:
- “Depois de abandonar todos os critérios jornalísticos, a revista Veja, por meio de um de seus repórteres, também abriu mão da legalidade.”.
– “Houve a prática de um crime, no momento em que o repórter Gustavo Nogueira Ribeiro tentou invadir o apartamento no qual costumeiramente me hospedo em um hotel de Brasília.”, afirmou.
Segundo o ministro, a publicação iniciou um “verdadeiro ardil” na quarta-feira, quando o jornalista Gustavo Ribeiro se registrou na suíte 1607 do Hotel Nahoum, ao lado do quarto em que normalmente se hospeda.
– “Uma vez alojado no hotel, sentiu-se à vontade para planejar seu próximo passo. Aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado no meu apartamento, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta. O repórter não contava, porém, com a presteza da camareira, que não só resistiu às pressões como, imediatamente, informou à direção do hotel sobre a tentativa de invasão. Desmascarado, o infrator saiu às pressas do estabelecimento, sem fazer check out e dando calote na diária devida, ainda por cima.
- “O hotel registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.”, disse.

Nova tentativa

Ainda na tentativa de seguir os passos do ex-ministro-chefe da Casa Civil, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o repórter se fez passar por assessor da Prefeitura Municipal de Varginha junto à administração do hotel, e insistia em deixar no quarto “documentos relevantes”, relata Dirceu.
– “Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada que preencheu com seu verdadeiro nome. O golpe não funcionou porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos.”, acrescentou.
De acordo com o ex-ministro, “os procedimentos de Veja se assemelham ao escândalo recentemente denunciado na Inglaterra, do tablóide News of the World“.
– “O diário inglês tinha como prática para apuração de notícias fazer escutas telefônicas ilegais. O jornal acabou fechado, seus proprietários respondem a processo, jornalistas foram demitidos e presos.”, lembrou.
O ex-deputado petista e líder guerrilheiro contra a ditadura militar, durante os Anos de Chumbo, viu-se novamente diante da prática utilizada por agentes da repressão enquanto um outro repórter da mesma revista, Daniel Pereira, buscava invadir sua privacidade, já no dia seguinte, após a publicação obter, de maneira a ser explicada no curso do processo-crime, as imagens de personalidades do mundo político e empresarial recebidos por ele, em trânsito pelo hotel.
– “No meio da tarde da quinta-feira, depois de toda a movimentação criminosa do repórter Ribeiro para invadir meu apartamento, foi a vez de outro repórter da revista entrar em contato com minha assessoria, com o argumento de estar apurando informações para uma reportagem sobre minhas atividades em Brasília.”, pontuou.

Invasão de privacidade

- “O jornalista Daniel Pereira se achou no direito de invadir minha privacidade e meu direito de encontrar com quem quiser e, com a pauta pronta e manipulada, encaminhou perguntas por e-mail já em forma de respostas para praticar, mais uma vez, o antijornalismo e criar um factóide”, escreveu nesta sexta-feira, em seu blog, o ex-ministro.
As perguntas enviadas pela revista foram:
“1 – Quando está em Brasília, o ex-ministro José Dirceu recebe agentes públicos – ministros, parlamentares, dirigentes de estatais – num hotel. Sobre o que conversam? Demandas empresariais? Votações no Congresso? Articulações políticas?
“2 – Geralmente, de quem parte o convite para o encontro – do ex-ministro ou dos interlocutores?
“3 – Com quais ministros do governo Dilma o ex-ministro José Dirceu conversou de forma reservada no hotel? Qual o assunto da conversa?”

Farsa

Diante da movimentação constatada ao longo da semana, o ex-ministro soube também, por diversas fontes, “que outras pessoas ligadas ao PT e ao governo foram procuradas e questionadas sobre suas relações comigo. Está evidente a preparação de uma farsa, incluindo recurso à ilegalidade, para novo ataque da revista contra minha honra e meus direitos.”, disse.
– “Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades. Essa revista notoriamente se transformou em um antro de práticas antidemocráticas, a serviço das forças conservadoras mais venais.”, concluiu.

- Com agencia de notícias



CÂMARA FEDERAL DECIDE CASSAÇÃO DE JAQUELINE RORIZ

Jaqueline Roriz

O Plenário da Câmara Federal pode votar na terça-feira, 30 de agosto o processo de perda de mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF). Segundo o Regimento Interno, é necessário o voto de 257 deputados para ocorrer a cassação, maioria absoluta. A votação será secreta.
Em junho deste ano, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou, por 11 votos a 3, o parecer do relator Carlos Sampaio (PSDB-SP) a favor do pedido de cassação apresentado pelo PSOL.
Jaqueline Roriz foi filmada em 2006, quando era deputada distrital, recebendo uma quantia em dinheiro de Durval Barbosa, operador e delator do esquema chamado mensalão do DEM do Distrito Federal. O vídeo só foi divulgado em março deste ano e, por isso, Carlos Sampaio considerou que suas repercussões são favoraveis à cassação da deputada.

- Com agencia Câmara