sábado, 3 de setembro de 2011

4.º CONGRESSO NACIONAL DO PT

Dilma, Lula e José Dirceu 
– Foto:  Ed Ferreira


Com discursos recheados de críticas à imprensa, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriram ontem o 4.º Congresso Nacional tentando aplacar o desconforto do PT com ações da atual chefe do governo - como a demissão de ministros acusados de corrupção. A 'faxina' de Dilma deixou setores do PT desconfortáveis, pois dirigentes avaliam que as medidas embutem na Era Lula a pecha de 'corrupto'.
Pela primeira vez, o ex-presidente admitiu indiretamente que não sairá candidato à sucessão de Dilma Roussef, em 2014. Ao defender o atual governo, Lula argumentou que 'oito meses de governo é muito pouco para quem vai governar esse País por oito anos'. Foi um claro recado a petistas que já defendem a volta de Lula em 2014.
- 'É apenas 10% que você vai ter para fazer esse País ser maior, ser melhor, mais democrático. Ninguém pode cobrar de você, Dilma, o que você não teve tempo de fazer.', disse.
Dilma, por sua vez, descartou totalmente a possibilidade de divergências com Lula.
- 'Como é que eu posso estar em conflito comigo mesma?', disse. Afirmou que os erros e acertos da gestão passada são seus próprios erros e acertos, pois ela integrou o governo passado.
Ovacionado pela platéia de cerca de mil militantes e autoridades do governo, Lula criticou a imprensa e adversários do PT que, segundo ele, chegaram a prever o fim do partido em 2005 - ano em que foi descoberto e esquema do mensalão.
- 'Estou muito orgulhoso de viver este momento. Lembrem-se que alguns diziam cinco anos atrás que nosso partido ia acabar, que nós não íamos conseguir nem eleger o síndico do prédio. E hoje qualquer pesquisa que se faz sobre partido político, para desgraça de nossos adversários, este é o principal partido desse País.', afirmou Lula.

Herança

Em pronunciamento de cerca de 40 minutos, Dilma reafirmou o caráter de continuidade de seu governo, disse que o que lhe permite 'avançar' é a experiência acumulada na gestão anterior, que comparou a camadas do solo que sustentam uma pedra, e fez questão de ressaltar sua condição de ex-ministra do governo Lula.
- 'Não é herança, porque ajudei a construir esta pedra. Eu estava lá. Os erros e acertos de Lula são os meus erros e meus acertos. Vejo muitas vezes na imprensa dizerem, ou tentarem dizer, porque dizer explicitamente é muito difícil, dizer que me elegi presidente baseada na trajetória deste partido, baseada no sucesso do governo do presidente Lula, tenho uma herança que não é bendita. Essa tentativa solerte, essa tentativa às vezes envergonhada e insinuada, tenta toldar uma das maiores conquistas que tivemos nos últimos anos. Nós mudamos a forma de o Brasil se desenvolver.', disse Dilma.
Num claro momento de fragilidade política de Dilma, o ex-presidente Lula reiterou confiança no atual governo:
- 'Não tem mar revolto, não tem vendaval, não tem furacão, não tem vulcão que você não possa vencer. Conte conosco.', afirmou.
A presidente afirmou ainda que o crescimento do País só tem força por causa do 'legado' deixado por Lula.
- 'Nós mudamos o Brasil. Portanto, nossa herança é daqueles que transformaram o Brasil pela primeira vez em muitos e muitos anos. Outros tentaram. De uma forma ou de outra foram interrompidos. Ou se mataram ou foram apeados do poder.', declarou, em aparente referência os presidentes Getúlio Vargas, que se matou em 1954, sob pressão da oposição e João Goulart, derrubado por um golpe militar em 1964.
- 'Mudamos a lógica de crescimento do País. E se ele hoje tem a força que tem é porque nós temos essa herança esse legado e não é um legado só dos oito anos do governo do presidente Lula, mas responsabilidade que cada um de nós no governo carrega todos os dias.', continuou Dilma.

- Com Estadão

CPI DA TRAGÉDIA: TESTEMUNHA AFIRMA SER FALSO DOCUMENTO DE CONSULTA EM NOME SUA EMPRESA

A CPI da Câmara Municipal de Nova Friburgo que investiga o uso dos R$ 10 milhões repassados pelo governo federal para socorro a Nova Friburgo no pós-tragédia climática, divulgou release à imprensa informando ter ouvido na última quarta-feira, 31 de agosto, o depoimento do representante da empresa de desinsetização Truly Nolen Pest Control, além de diversos servidores da PrefeituraMunicial de Nova Friburgo, da Fundação Municipal de Saúde e representantes da sociedade civil integrantes da Comissão Especial de acompanhamento e fiscalização do fundo de combate à situação de emergência, todos na condição de testemunha.
Segundo o presidente da CPI, vereador Cláudio Damião (PT), “o que mais chamou a atenção dos membros da CPI foi a declaração do representante da empresa Truly Nolen Pest Control que, embora não tenha sido contratada pela PMNF, seu nome apareceu no processo 857/11 como uma das empresas que foram consultadas para oferecer preço para o objeto de contratação: desinsetização, desratização e descupinização de unidades de saúde e de educação do município”, disse.
Ainda segundo o vereador  Cláudio Damião “no entanto, em seu depoimento, Haroldo Rodrigues da Silva Junior, representante da empresa, que é sócio majoritário da Truly, relatou que em momento nenhum foi chamado para oferecer preço, e que o documento em que aparece o orçamento da sua empresa é falso, que o documento é uma fraude”, diz o release da CPI.
- “Não é minha assinatura, além disso, o nome da empresa está escrito errado, ‘Truly’ com ‘i’”, relatou Haroldo Rodrigues da Silva Junior.”, segundo Cláudio Damião.
O contrato referente ao processo 857/11 culminou com a contratação da empresa Adão de Paula ME - Cheinara Detetilar de Imunização, que formalizou contratos no valor total de R$ 396.727,91.

- Com AVS

CIÊNCIA MILITAR: MENSAGEM DE ALERTA PARA A PRESIDENTA

O aeródromo Minas Gerais

Muitos se lembram, 1957, o Brasil negociava um aeródromo, o antigo Vengeance veterano de batalhas da Royal Navy que se chamou de Minas Gerais. Na época, em um contexto de ameaças bem menos clamante, o comediante Juca Chaves ironizava em canção desafinada, patética mesmo:  “O Brasil já vai à guerra, comprou porta-aviões”. Deve ser dito, naquela década existia aqui quase que exclusivamente uma indústria leve de consumo, dedicada à produção de bem perecíveis e semiduráveis.
Eis que, passados sessenta anos, já fabricamos petroleiros com tecnologia náutica de alto nível e de tonelagem superior ao do Velho Minas. De repente um gigante adormecido se alça como a oitava economia do mundo, as ameaças ganham contornos imprevisíveis e as fontes de seus inesgotáveis recursos naturais são proclamadas como “patrimônio da humanidade”. A surpresa é tamanha e ele surpreendido fica atônito, perdido tal qual deputado sem ficha limpa que hoje quer se reeleger. Sem comando, se mantém hoje, guardadas as devidas proporções, a mesma fragilidade que tínhamos nos anos “50”. Simplesmente a potencialização de recursos soberbos avançou muito em relação ao grau de segurança que, ainda indisponível, se impõe para sua garantia.
Lula, fraco mas abusado, interagia como alguns que o precederam, muito emproado, se os poderosos colocavam as mangas de fora postulando seu quinhão amazonense, Luis Inácio estufava o peito e dizia: -“O Brasil precisa mostrar os dentes por causa da Amazônia e da reserva do pré-sal”. Para ele comprar material bélico no exterior era como que arreganhar a dentadura. Haja paciência, que tamanha ingenuidade! Se a “Santa Aliança do CS/ONU” mostrar o relho nossos cariados vão cair de podres!
Nosso “precavido” Luis Inácio ainda dizia que “quanto mais preparados estivessem os militares brasileiros, menor seria o risco de uma guerra”. Mas eles vão se preparar como, com que armas? Presidenta Dilma, valha-me Deus! ! Os porta-aviões da 4ª Frota-USA têm muito mais caças do que se quer comprar para a FAB, isto sem falar nos três ou quatro submarinos nucleares daquela força tarefa que, além da propulsão, são dotados de mísseis, convencionais e atômicos, que podem ser lançados mesmo na situação de nave submersa. A conclusão a que se chega é que governantes, políticos, mas também a sociedade não está nem aí. Com a palavra a nova comandante em chefe de nossas Forças Armadas!
Cidadão brasileiro, povo deste imenso País indefeso, é preciso aceitar a realidade. As palavras foram ditas, sim, por um civil de envergadura sem par, é Rui Barbosa quem vaticina -“Uma nação que confia em seus direitos em vez de confiar em seus soldados engana-se a si mesma e prepara a sua própria queda”. Presidenta! Nossos guerreiros com medidas paliativas não se sustentam. Eles carecem de poder definitivo não para fazer guerras, que isso fique bem entendido, mas, para o inimigo desistir da luta. Iraque, Afeganistão, Líbia, os exemplos estão aí, quando os cães de guerra resolvem intervir, “para proteção da população civil”, não há quem os segure! Que não se duvide, seus “bombardeios cirúrgicos” já mataram no Oriente Médio muito mais mulheres e crianças do que qualquer sultão mal intencionado. Alerta! Nossos “kosovos indígenas” já estão mostrando as unhas!
E quanto à potência mambembe herdada por Dilma? Sim, aquela que quer porque quer um acento permanente no “Conselho de Segurança”, com direito a veto nas mesmas condições dos “senhores da guerra”. Ah! A ONU, com certeza, vai apontar o “mapa do caminho” para o seu postulado … . Acredite quem quiser.

- Paulo Ricardo da Rocha Paiva é coronel de Infantaria e Estado-Maior, doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.