João Havelange |
O Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou, na segunda-feira, 5 de dezembro a renúncia do brasileiro João Havelange, de 95 anos, ex-presidente da Fifa. Ex-nadador e jogador de polo aquático, Havelange disputou duas Olimpíadas - 1936 e 1952 - e, em 1963, passou a fazer parte do quadro do COI, onde era o mais antigo membro com direito a voto.
A renúncia de Havelange acontece três dias antes de uma reunião do comitê executivo do COI, que julgará as acusações contra o brasileiro, suspeito de ter recebido US$ 1 milhão de forma ilegal em contratos publicitários durante seu período como presidente da Fifa - ele chefiou o órgão máximo do futebol mundial de 1974 a 1998. Havelange corria o risco de ser suspenso por dois anos ou até expulso do Comitê Olímpico Internacional.
A Fifa informou que o Comitê Olímpico encerrou o caso contra Havelange ao receber a carta de renúncia.
As denúncias foram apresentadas em documentário da rede de TV britânica BBC, que divulgou documentos indicando que a empresa de marketing esportivo ISL pagou propinas a vários dirigentes ligados à Fifa. Havelange era citado no grupo, assim como Ricardo Teixeira, membro do Comitê Executivo da entidade e atual presidente da CBF. As supostas propinas garantiram à ISL lucros na comercialização de direitos de transmissão e anúncios publicitários na década de 90.
O caso ISL foi julgado criminalmente na Suíça em 2008. A Fifa conseguiu impedir que seus integrantes envolvidos no escândalo tivessem os nomes revelados pela Justiça do país. Em troca, em junho de 2010, todos concordaram em devolver as quantias que haviam recebido. A Fifa prometeu publicar no dia 17 de dezembro um documento dando detalhes sobre aquele acordo. A divulgação faz parte das medidas anti-corrupção do atual presidente, Joseph Blatter.
- Com agências de notícias