quarta-feira, 26 de outubro de 2011

5º FESTIVAL DA TRUTA DE NOVA FRIBURGO

Receitas criativas de truta

A partir do dia 4 de novembro o sabor e a suavidade da truta estarão em destaque na gastronomia de Nova Friburgo com o início do 5º Festival de Truta, realizado pelo Convention & Visitor Bureau e Arranjo Produtivo Local de Entretenimento e Turismo - APL da Serra. O evento que vai até o dia 27 de novembro destaca o município como o maior produtor do peixe no estado do Rio de Janeiro e promete movimentar a economia local. Nesse ano quinze restaurantes participam do circuito, com criações elaboradas exclusivamente para o festival.
O coquetel realizado na segunda-feira, 24, no Reserva Mury, marcou o lançamento dessa 5ª edição, que conta com o apoio e patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, através das Secretarias Especial de Turismo, Estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, e de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca. Assim como da Fundação Instituto de Pesca do Rio de Janeiro (FIPERJ), da Prefeitura de Nova Friburgo, Sebrae, Concessionária Rota 116, Trutário Araribá e da Braün & Braün Bier.

Chefs de cozinha desenvolvem pratos exclusivos para o festival
A expectativa é que o festival traga uma movimentação 30% maior do que a edição passada para a economia do município, com reflexos também na rede hoteleira. Segundo o presidente do Convention & Visitors Bureau de Nova Friburgo, chefe Dê, o objetivo é superar 2011, quando foram vendidas duas toneladas a mais de truta pela realização do evento, apostando no sucesso dos pratos elaborados pelos chefes que participam do festival. “O sucesso dos pratos é tão grande que eles continuam no cardápio dos restaurantes mesmo depois do Festival da Truta. Eu acredito que esse ano podemos chegar a três toneladas a mais nas vendas”.
Os chefs de cozinha que participam do evento ficaram responsáveis por apresentar com muita criatividade pratos feitos exclusivamente para o festival. Combinando sabores com a truta, foram elaboradas quinze receitas para agradar a vários tipos de gostos, destacando a leveza e o potencial nutritivo do peixe, rico em ômega 3. “Isso tudo para deixar as pessoas com água na boca, para que visitem os restaurantes e conheçam o que Nova Friburgo tem de melhor em sua gastronomia. E quem conferir poderá esperar também novidades, pois cada estabelecimento participante presenteará aos clientes com brindes” – destaca Dê.
Para o acompanhamento dos pratos, uma sugestão do festival é a cerveja friburguense Braün & Braün Bier, que participa pela segunda vez do evento. De fabricação artesanal, feita dentro do padrão alemão clássico da cerveja pura, que leva apenas água, malte e lúpulo, a cerveja do tipo pilsen foi elaborada justamente para se adaptar aos pratos típicos da região. “É uma cerveja de sabor bem equilibrado, ou seja, não é muito forte, porque mulher não gosta de cerveja muito forte, nem pesada, também não é muito leve, porque homem não gosta de água suja. É uma cerveja bem equilibrada, mas com personalidade marcante” – descreve o empresário José Bräuniger, proprietário da marca.
Nova Friburgo é a maior produtora de trutas do estado do Rio de Janeiro, e a consolidação da atividade com a gastronomia incentiva os truticultores, mantendo os produtores rurais no campo. E engloba também a preservação ambiental, já que o peixe só se desenvolve em ambientes de águas muito limpas, o que exige um grande cuidado com a área de criação e ao que se refere à poluição dos rios.
Durante o festival os trutários da região, que todo mês produzem aproximadamente 12 toneladas de trutas, chegam a ter a produção aumentada em 60%. “Eu fico muito orgulhoso em fazer parte desse evento, já trabalho há onze anos com a criação de trutas e sei como é difícil, pois essa espécie requer cuidados especiais por ser um peixe sensível” – afirma Evandro Pinto, proprietário do Trutário Araribá.
Para o presidente da FIPERJ, Marco Botelho, essa também é uma oportunidade para que seja feita a legalização dos produtores friburguense. A regularização dos criadouros teve início com visitas de técnicos da fundação, onde está sendo realizado um levantamento para saber quantos truticultores encontram-se na faixa marginal de proteção e, conforme a instrução técnica do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), posteriormente será feita a legalização. “Nossa proposta, até mesmo com a criação da resolução número 33 do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema), é dar condições para que os produtores se legalizem, fomentando a criação de trutas. A ideia é fazer com que Nova Friburgo seja o maior produtor do Brasil” – ressalta Marco Botelho.
Representando o apoio do Governo do Estado, o secretário de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, Felipe Peixoto, esteve presente no lançamento do festival e destacou a importância da realização do evento para maior visibilidade da atividade de truticultura de Nova Friburgo. Assim como foi colocado pelo secretário Municipal de Cultura, Roosevelt Concy, que enfatizou a comemoração dos 50 anos da truta no município.
Participam do evento os restaurantes Dom Quixote, Viva Rô, Le Bon Bec, Truta e Boa Cia, Too Much, Braün & Braün, Empório do Dengo e Miditerrâneo, localizados no distrito de Mury, Paiol Restaurante e Café, Espaço Bistrô, Dê Gastronomia Francesa e Baiana, Rosa dos Ventos e Zuhause, em São Pedro da Serra, Bistrô Suíço, no bairro Cônego, e Crescente Gastronomia, no Centro. Além do Refúgio dos Falcões, como indicação de hospedagem.

- Por Paula Valviesse

MATEMÁTICOS REVELAM REDE CAPITALISTA QUE DOMINA O MUNDO




Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global. A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça. Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.
Um estudo de grande importância, mostra pela primeira vez de forma tão abrangente como se estrutura o poder global das empresas transnacionais. Frente à crise mundial, este trabalho constitui uma grande ajuda, pois mostra a densidade das participações cruzadas entre as empresas, que permite que um núcleo muito pequeno (na ordem de centenas) exerça imenso controle. Por outro lado, os interesses estão tão entrelaçados que os desequilíbrios se propagam instantaneamente, representando risco sistêmico.
Fica assim claro como se propagou (efeito dominó) a crise financeira, já que a maioria destas mega-empresas está na área da intermediação financeira. A visão do poder político das ETN (Empresas Trans-Nacionais) adquire também uma base muito mais firme, ao se constatar que na cadeia de empresas que controlam empresas que por sua vez controlam outras empresas, o que todos "sentimos" ao ver os comportamentos da mega-empresas torna-se cientificamente evidente. O artigo tem 9 páginas, e 25 de anexos metodológicos. Está disponível online gratuitamente, no sistemaarxiv.org
Um excelente pequeno resumo das principais implicações pode ser encontrado no New Scientist de 22/10/2011 (e está publicado a seguir).
O gráfico em forma de globo mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma.

A rede capitalista que domina o mundo

Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.
Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.
A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça
Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.
"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."

Rede de controle econômico mundial

A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.
O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.
Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.
O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.
A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.
Poder econômico mundial
Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.
Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.
Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo. E isso não é tudo.

Super-entidade econômica

Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.
"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.
E a maioria delas são bancos. Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.
Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.
Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.
A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.
Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas

Barclays plc Capital Group Companies Inc, FMR Corporation, AXA State Street Corporation, JP Morgan Chase & Co Legal & General Group plc, Vanguard Group Inc, UBS AG Merrill Lynch & Co Inc WellingtonManagement Co, LLP Deutsche Bank AG Franklin Resources Inc, Credit Suisse Group Walton Enterprises, LLC Bank of New York Mellon, Corp NatixisGoldmanSachs Group Inc, T Rowe Price Group Inc, Legg Mason Inc, Morgan Stanley Mitsubishi UFJ, Financial Group Inc Northern Trust Corporation, Société Générale Bank of America Corporation, Lloyds TSB Group plc, Invesco plc, Allianz SE 29, TIAA Old Mutual Public Limited Company, Aviva plc, Schroders plc Dodge & Cox, Lehman Brothers Holdings Inc, Sun Life Financial Inc, Standard Life plc, CNCE Nomura Holdings Inc, The Depository Trust Company Massachusetts Mutual Life, Insurance ING Groep; NV Brandes Investment Partners LP Unicredito Italiano SPA, Deposit Insurance Corporation of Japan, Vereniging Aegon BNP Paribas Affiliated, Managers Group Inc, Resona Holdings Inc, Capital Group International Inc e China Petrochemical Group Company

- Com New Scientist