EDUARDO PAES AFIRMOU QUE HAVERÁ A REMOÇÃO DE TODO O ELEVADO A TEMPO DOS JOGOS OLÍMPICOS
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Elevado da Perimetral - Foto Simone Marinho |
Elevado da Perimetral já tem data para ir ao chão totalmente: primeiro semestre de 2016. O prefeito Eduardo Paes afirmou que toda a estrutura, do entroncamento com o Elevado do Gasômetro até o desemboque no Aterro do Flamengo, será demolida a tempo dos Jogos Olímpicos. Para abrir caminho à remoção total, o traçado de um dos túneis previstos no projeto de revitalização da Zona Portuária está sendo modificado. A ideia é unir a galeria que ainda será perfurada ao Mergulhão da Praça Quinze, fazendo com que os motoristas atravessem toda a região pelo subsolo.
Paes falou da decisão de derrubar toda a Perimetral em entrevista à rádio CBN, quando fez um balanço de três anos de governo. Sobre os longos engarrafamentos diários registrados na região, o prefeito voltou a dizer que eles são inevitáveis e pediu compreensão dos motoristas.
— “Vamos demolir tudo. É óbvio. Nessa região temos o Museu Histórico Nacional, o Paço Imperial, a Igreja da Candelária, o restaurante Albamar e outros. Esses bens históricos estão escondidos por um equívoco arquitetônico. Sem ele, o lugar muda completamente.”, disse Paes à CBN.
Mais tarde o prefeito adiantou que o custo da demolição do trecho Praça Quinze da Perimetral, não previsto na Parceria Público Privada (PPP) da zona portuária, será bancada pelo município. O valor ainda está sendo orçado, mas Paes acredita que a despesa possa ser amortizada com a venda do concreto e do aço que sobrarem do desmonte. O trecho da Perimetral entre o Gasômetro e o Arsenal de Marinha já seria demolido até dezembro de 2015 como parte de um leque de obras que a concessionária Porto Novo — vencedora da licitação da Parceria Público Privada — teria que fazer.
Também estão previstas dentro da PPP a abertura de uma nova avenida; a implantação de novas redes de água, luz, esgoto, gás e telefonia e a reurbanização de uma área de cinco milhões de metros quadrados. Orçada em R$ 8 bilhões em 15 anos, a PPP será financiada com a venda no mercado financeiro dos chamados Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Os títulos permitirão que construtores ergam prédios de até 50 andares na região, dependendo do terreno.
— “Não temos o valor ainda, mas não é caro fazer o resto da demolição. Caro é abrir os túneis na Zona Portuária e isso já está incluído na PPP, que será executada sem recursos públicos. O material do elevado é de interesse de empresas.”, — explicou.
Segundo o prefeito, um dos túneis que será perfurado na Zona Portuária terminava num ponto muito próximo ao emboque do Mergulhão da Praça Quinze, no final da Avenida Presidente Vargas, atrás da Igreja da Candelária. As galerias ficariam a uma distância de menos de 200 metros uma da outra, o que pesou a favor da decisão.
— “Não tem razão nenhuma em manter o resto do elevado. O motorista vai poder cortar toda a área por túneis. E não teremos o vulto do elevado atrás da Candelária. Com as obras do porto prontas, a demolição do resto do elevado será rápida. Precisa apenas dar uma boa melhorada no mergulhão, que não está bom.”, complementou.
Mais cedo Paes pediu desculpas à população pelos transtornos causados pelas obras de revitalização do porto e também por outras frentes de trabalho, como a construção dos corredores expressos de ônibus Transoeste e Transcarioca. Paes voltou a usar a expressão de que "para fazer uma omelete, tem que se quebrar os ovos.".
— “O porto é uma área de cinco milhões de metros quadrados e que hoje não serve para nada. Derrubar a Perimetral é a ultima coisa que vai acontecer, depois que tivermos o túnel como alternativa. A cidade passou muito tempo sem intervenções de infraestrutura. Sabemos dos transtornos e procuramos minimizar. Eu me desculpo com as pessoas. Mas não podemos deixar de reformular a cidade. São intervenções necessárias para melhorar a vida das pessoas.
Paes ressaltou que o município do Rio de Janeiro vem passando por um momento de transformação, em que um grande conjunto de obras e serviços vem sendo implantados em pouco tempo, gerando benefícios, mas transtornos no caminho.
— “Já implantamos os corredores de ônibus de Copacabana, Leblon e Ipanema. Em dezembro, vamos chegar com o BRS ao Centro. Em 2012 teremos o Transoeste e no ano seguinte o TransCarioca. Vamos licitar agora o TransOlímpica. Hoje o município do Rio de Janeiro tem 15% da população andando em transporte de alta capacidade. A meta é chegar a 2016 com 60% das pessoas usando esse tipo de transporte.”, disse Paes.
O prefeito disse ainda que pretende se reunir com moradores e comerciantes da região de Ramos para explicar as modificações do traçado do TransCarioca, que passará pela Rua Uranos ao invés da Estrada Engenho da Pedra. Segundo Paes, com as modificações, será possível diminuir o número de desapropriações nesse trecho do corredor, que previa a demolição de cerca de 300 imóveis.
— “Era um roteiro mal feito. Vamos diminuir o impacto nas residências das pessoas. E vou mostrar pessoalmente o projeto aos comerciantes de Ramos, para explicar que ele não facilitar a vida de todo mundo, uma vez que o corredor passará na porta dos comércios.
- Com O Globo