quarta-feira, 16 de novembro de 2011

AOB SE REÚNE COM MORADORES DO TRÊS IRMÃOS E PROPÕEM AÇÕES

Gigantesca pedra que rolou da encosta
O presidente do núcleo local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Carlos André Pedrazzi, e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da entidade, o advogado Rafael Borges, reuniram-se recentemente com moradores do Loteamento Três Irmãos, no distrito de Conselheiro Paulino, e assustaram-se com o perigo ainda existente no local. Com as chuvas de janeiro, enormes pedras rolaram e tantas outras se soltaram no alto de uma encosta ameaçando muitos moradores do loteamento situado no pé da encosta, onde três pessoas morreram soterradas. Próximo ao acesso à antiga estrada da Fazenda da Laje, uma gigantesca pedra ainda encontra-se no meio da rua dando a dimensão da tragédia que se abateu no loteamento.
No Três Irmãos, dez meses após a tragédia climática, cerca de 70 casas ao longo da Rua Ildebrando Couto—a antiga Rua Rio Brumado—permanecem interditadas e marcadas com cruzes e numeração com tintas vermelhas nas paredes frontais para demolição, gerando um cenário de pós-guerra naquele trecho da rua, que teve também os fornecimentos de energia e iluminação pública suspensos. “Mas, e quem mora nas ruas abaixo, como fica? Se mais pedras rolarem no próximo verão elas [as pedras] não irão ficar paradas na rua de cima [a Ildebrando Couto]. Vão atingir mais casas e a desgraça poderá ser maior”, questiona a moradora Maria Helena Pires de Araújo, que preside interinamente a associação de moradores local. Ela se queixa ainda que muitos moradores foram forçados a abandonar suas próprias casas sem terem sido beneficiados com o aluguel social.

Carlos Pedrazzi, Rafael Borges e Laura Mury, que mora no bairro, ouviram reclamações junto à presidente da associação de moradores Maria Helena

 
Os moradores que se reuniram com Pedrazzi e Rafael Borges na casa de Maria Helena foram informados de que desde fevereiro tramita na Justiça uma ação civil pública que pleiteia a contenção da encosta com pedras soltas, mas até agora só foram providenciadas apenas as interdições dos imóveis. Os advogados da OAB orientaram os moradores a acionarem o Estado judicialmente cobrando providências urgentes através da associação de moradores que precisa ter sua legitimidade reconhecida. Também foi proposto que os moradores se cotizem e contratem um corretor de imóveis para avaliação das casas marcadas para demolição com expedição de laudos. “É preciso saber quanto cada casa vale, para pleitear-se uma indenização a contento e não aceitar o que o Estado pretende pagar”, destacou o advogado Rafael Borges, que definiu como desrespeito a marcação das casas para demolição sem uma satisfação sequer aos proprietários sobre o que pode acontecer.
“Estamos visitando os bairros mais afetados pela tragédia para identificarmos as demandas e cobrar ações dos órgãos competentes estimulando ainda a criação de associações de moradores. A OAB quer ser a voz do povo nessas cobranças por melhores condições de vida”, disse Pedrazzi, lembrando que num encontro recente com o vice-governador Luiz Fernando Pezão foi anunciado o repasse de R$ 350 mil para dragagens e investimentos em habitação na Região Serrana devido às chuvas de janeiro.

- Com AVS