quarta-feira, 5 de outubro de 2011

COMO LIDAR COM O DESEJO INFINITO?


O desejo não é um impulso qualquer. É um motor que põe em marcha toda a vida psíquica. Ele goza da função de um princípio, traduzido pelo  filósofo Ernst Bloch por princípio esperança.  Por sua natureza, não conhece limites como já foi visto por Aristóteles e por Freud. A psiqué não deseja apenas isto o aquilo. Ela deseja a totalidade. Não deseja a plenitude do homem, procura o super-homem, aquilo que ultrapassa infinitamente o humano como afirmava Nietzsche. O desejo se apresenta infinito e confere o caráter de infinito ao prejo humano.
O desejo torna dramática e, por vezes, trágica a existência. Mas também, quando realizado, uma felicidade sem igual. Estamos sempre buscando o objeto adequado ao nosso desejo infinito. E não o encontramos no campo da experiência cotitidiana. Aqui somente encontramos finitos.
Produz grave desilusão quando o ser humano identifica uma realidade finita como sendo o objeto infinito buscado. Pode ser a pessoa amada, uma profissão sempre ansiada, a casa dos sonhos. Chega o momento que, geralmente, não tarda muito, em perceber uma insatisfação de base e sentir o desejo por algo maior.
Como sair deste impasse, provocado pelo desejo infinito? Borboletar de um objeto a outro, sem nunca encontrar repouso? Temos que nos colocar seriamente na busca do verdadeiro objeto de nosso desejo. Entrando in medias res, vou logo respondendo: este é o Ser e não o ente, é o Todo e não a parte, é  Infinito e não o finito. Depois de muito peregrinar, o ser humano é levado a fazer a experiência do cor inquietum (coração inquieto) de  Santo Agostinho: Tarde te amei,  ó Beleza tão antiga e tão nova.Tarde de te amei. Meu coração inquieto não descansará enquanto não respousar em Ti. Só o Infinito Ser se adequa ao desejo infinito do ser humano e lhe permite descansar.
O desejo envolve energias vulcânicas poderosas. Como lidar com elas? Antes de mais nada, se trata de acolher, sem moralizar, esta condição desejante. As paixões puxam o ser humano para todos os lados. Algumas o atiram para a generosidade e outras para o egocentrismo. Integrar, sem recalcar tais energias, exige  cuidado e não poucas renúncias.
A psiqué é convocada a construir uma síntese pessoal que  é a busca do equilíbrio de todas as energias interiores. Nem fazer-se vítima da obsessão por uma determinada pulsão, como  por exemplo, a sexualidade, nem recalcá-la como se fosse possível emasculhar-lhe o vigor. O  que importa é integrá-la como expressão de afeto, de amor e de estética e mantê-la sob vigilância pois temos a ver com uma energia vital não totalmente controlável pela razão mas por vias  simbólicas de sublimação e por outros  propósitos humanísticos. Cada um deve aprender a renunciar no sentido de uma ascese que liberta de dependências e cria a liberdade interior,um dom dos mais apreciáveis.
Outra forma de lidar com o desejo infinito é pela precaução que nos previne des ciladas da própria vulnerabilidade humana. Não somos onipotentes, nem deuses, inatingíveis ao fracasso. Podemos mostrar-nos fracos e, por vezes, covardes. Mas podemos precaver-nos contra situações que nos poderão fazer cair e perder  o Centro.
Talvez  uma chave inspiradora nos seja nos oferecida por C.G.Jung com sua proposta de construir, ao largo da vida, um processo de individuação. Este possui uma dimensão holística: assume com destemor e humildade todas as pulsões, imagens, arquétipos, luzes e sombras. Ouve o rugir das feras que o habitam mas também o canto do sabiá que o encanta. Como criar uma unidade interior cujo efeito seja o equilíbrio dos desejos, a vivência da liberdade e da alegria de viver?
C. G. Jung sugere que cada um procure criar um Centro forte, um Self unificador que tenha a função que o sol possui no sistema solar. Ele sateliza ao seu redor todos os planetas. Algo semelhante deve ocorrer com a psiqué: alimentar um Centro pessoal que tudo integre, com  reflexão e com interiorização. E não em último lugar, com o cultivo do Sagrado e do Espiritual.  A religião, como instituição, não raro cerceia a vida espiritual por excesso de doutrinas e de normas morais demasiado rígidas. Mas religião como espiritualidade desempenha uma função fundamental no processo de individuação. Cabe a ela ligar e re-ligar a pessoa com seu Centro, com todas as coisas, com o universo, com a Fonte originária de todo o ser, dando-lhe um sentimento de pertença.
A falta da integração da energia do desejo se manifesta pela dilaceração das relações sociais, pela violência assassina praticada em escolas ou nas matanças de pessoas negras, pobres e homoafetivos.
Lidar com as forças do desejo implica, pois, uma preocupação pela sanidade social. Não se poderá passar ao lado da educação humanística, ética e cidadã que eduque o desejo. O grande obstáculo reside na lógica mesma do sistema imperante que exaspera o desejo de ter, descuidando dos valores civilizatórios, da gentileza, do bom trato e do respeito a cada pessoa. Ao contrário, os meios de comunicação de massa exaltam o desejo individual e a violência para resolver os conflitos humanos.
A globalização como fenômeno humano, nos obrigará a moderar os desejos pessoais em favor dos coletivos e assim tornar mais equilibrada e amigável a coexistência humana. Como desejamos tempos favoráveis!

- Leonardo Boff é teólogo e filósofo

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL E TRABALHO VISITA SÃO PEDRO DA SERRA

Carlos Antônio Maduro, Alkindar Leal Ferreira, Greidi de Carvalho Frez Boy e Carlos Pinto
O Secretário Municipal Assistência e Desenvolvimento Social e Trabalho, Carlos António Maduro a convite da diretoria da Associação de Moradores de São Pedro da Serra (Amo – São Pedro) esteve na manhã de hoje, 5 de outubro, em São Pedro da Serra, vila sede do 7º distrito de Nova Friburgo. Foi recebido pelo secretário executivo da Amo – São Pedro, Alkindar Leal Ferreira, Carlos Pinto e a diretora da Escola Municipal de São Pedro da Serra, Greidi de Carvalho Frez.
O assunto abordado foi a possibilidade de atender ao pedido da diretoria da Amo – Pedro ao governo municipal, através da   Secretaria Municipal Assistência e Desenvolvimento Social e Trabalho possa determinar espaço publico e instalação de aparelhos de ginástica e lazer para atividades de pessoas idosas gratuitamente.
O secretário Carlos António Maduro disse que já levou o pleito ao conhecimento do prefeito em exercício municipal, Dermeval Barbosa Moreira Neto e assinalou a possibilidade no curto prazo poder estudar e elaborar projeto, verificando a disponibilidade de recursos para a sua implantação.
Como acontece em todo o Brasil, a vila de São Pedro da Serra bem verificando um aumento significativo na sua população do cidadão idoso e a diretoria da Amo – Pedro da Serra busca possibilitar que ações sociais possam estabelecer a participação de pessoas acima de 60 anos dotando em espaços públicos de equipamentos e serviços de lazer, entre outras atividades sociais, de forma a contribuir para uma participação mais ativa dos idosos na rotina da comunidade, habilitando-os para um melhor exercício dos seus direitos e afim de garantir um atendimento personalizado e gratuito, contribuir para a acessibilidade de informações preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade, segurança e dignidade na sociedade contemporânea. 

- Carlos Pinto