quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A CÚPULA DA (DES)ORDEM CAPITALISTA


A cúpula do euro que acontece nesta sexta-feira, 8 de dezembro em Genebra, tem sido apresentada pela mídia como a derradeira chance de salvar a moeda única que articula a economia de 17 países, muitos deles vivendo um estágio de decomposição fiscal.
Na realidade, o que está em jogo é uma resposta mais geral à crise das finanças desreguladas que teve a sua espoleta nos EUA, na bolha imobiliária de 2008, mas vive seu epicentro na virulenta desordem financeira instalada no coração do capitalismo europeu.
Referendar aparências para ocultar a essência tem sido um recurso do poder em todos os tempos. A agenda de Genebra não se resume a um confronto entre a austeridade bovina de Ângela Merkel e governantes perdulários, às vezes cafajestes, como se tenta vender em manchetes e perorações mercadistas; tampouco se restringe a um ritual de consagração da direita medíocre, personificada pelo novo premiê espanhol, Mariano Rajoy, que ascende no vácuo da rendição socialista para enterrar os ossos do Estado do Bem-Estar Social. Não é só uma crise fiscal que sacode o assoalho e faz ranger os ferrolhos da velha nau européia.
O que está em jogo é o esgotamento de uma ordem social. Tornou-se virtualmente incompatível a convivência entre a reprodução do capital a juros que caracteriza a hegemonia das finanças desreguladas no neoliberalismo e o legado histórico de lutas e conquistas operárias e humanistas que dão sentido ao termo 'social-democracia'. Entre outras razões, é por isso que a Europa se transformou no epicentro da crise do capitalismo nesse momento.
O que se decide até 6ª feira é o quanto será preciso amputar da democracia, dos direitos e da soberania das nações para salvar os interesses rentistas abrigados na hegemonia do capital a juros, que modelou o sistema econômico mundial com maior intensidade nas últimas décadas.
Em troca da ‘ajuda' a Estados e instituições em rota falimentar, pretende-se que Genebra entoe o réquiem da velha Europa, substituindo-a por um protetorado teleguiado por diretórios com poder consentido para indeferir e modificar orçamentos, leis e políticas votados em parlamentos ornamentais.
Versalhes fez isso no passado contra a Alemanha, impondo-lhe reparações de guerra que levaram ao segundo conflito mundial. Uma Europa sob estado de exceção permanente está em teste nos pilotos grego e italiano, manejados por tecnocratas de confiança do dinheiro. Quem dirá se os protótipos tem fôlego para refundar a (des) ordem capitalista em bases ainda mais regressivas não serão os protagonistas passivos de Genebra.
Mais que nunca a partir desta sexta-feira esse apanágio caberá às ruas.

- Saul Leblon

CONSÓRCIO SERRA VERDE IMPERIAL REALIZOU ÚLTIMA REUNIÃO DE 2011

Reunião da diretoria do Consórcio Serra Verde Imperial
Na quinta - feira, 01 de dezembro, às 10 horas, aconteceu em Teresópolis a última reunião de 2011 do Consórcio Serra Verde Imperial, no município de Teresópolis.
Fazem parte do grupo Petrópolis, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu e Guapimirim, além do anfitrião. Nesta ocasião, estiveram presentes o subsecretário de Turismo de Nova Friburgo, Sérgio Magalhães, e a Gerente de Turismo, Valéria Mendonça.
Na oportunidade foi relatada, a atuação deste Conselho na divulgação das cidades participantes para o período  da Copa do Mundo, o retorno do evento Intertur e mudanças na Diretoria para que este Conselho tenha maior agilidade em suas ações. Sérgio Magalhães sub-secretário de Turismo de Nova Friburgo, se colocou a disposição do Conselho para colaborar no que for necessário.
- "Somar sempre, verdadeiramente para a região e Nova Friburgo", frisou o subsecretário". 

- Com Secom-PMNF

BRASIL PODE TER RISCO DE ENCHENTES 87% MAIOR ATÉ 2100

Modelos usados em pesquisa britânica indicam que risco de enchentes aumentaria no Brasil

A ocorrência de enchentes em rios do Brasil pode ser quase 90% maior até o fim do século, se nada for feito para combater as mudanças climáticas, de acordo com um estudo divulgado na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima em Durban, na África do Sul.
A pesquisa científica do Met Office Hadley Centre, da Grã-Bretanha, simulou os impactos, em 24 países, de emissões - no padrão atual - em 21 modelos climáticos diferentes. Cada modelo foi produzido por computadores poderosos que simulam a interação entre parâmetros de dados da atmosfera, temperaturas e oceanos.
No caso do Brasil, a conclusão a que chegaram é que o risco de aumento de enchentes no país seria 87% mais alto que atualmente. Esse é o valor central entre os dois extremos dos resultados apresentados pelos modelos climáticos, tanto de aumento (na maioria) quanto de redução do risco.
Os resultados mais extremos dos modelos chegaram a indicar um aumento de 638% no risco de cheias no Brasil. Por outro lado, houve modelos que indicaram até queda neste risco, com o mínimo sendo de -67%.
Sem ações para a redução de emissões, o aumento de temperatura pode ficar entre 3ºC e 5ºC até o fim do século, segundo a pesquisa.
Outra pesquisa divulgada no início da semana indica que, mesmo com as reduções já prometidas, o aquecimento global até 2100 pode chegar a 3,5ºC.

Pesquisa sobre enchentes é usada para pressionar líderes a pactuar por redução de emissão de gases
Sinal de alerta

A pesquisa foi encomendada pelo governo britânico e usada como sinal de alerta para que os negociadores de 194 países reunidos em Durban busquem um empenho maior na busca por um acordo de redução de emissões.
"Nós queremos um acordo global e legalmente vinculante para manter (o aumento) das temperaturas abaixo de 2ºC. Se isso for conseguido, este estudo mostra que alguns dos mais significativos impactos das mudanças climáticas poderiam ser evitados significativamente", afirmou o ministro de Energia e Mudança Climática da Grã-Bretanha, Chris Huhne.
Entre os 24 países analisados no estudo, o Brasil, apesar da possibilidade alarmante de aumento de enchentes, aparece como um dos que menos seriam afetados pelas mudanças climáticas, tanto positivamente quanto negativamente.
A Espanha, por exemplo, pode perder 99% da sua área de cultivo na agricultura, segundo os modelos climáticos, além de enfrentar um aumento na escassez de água que afetaria 68% da população.
"Nós queremos um acordo global e legalmente vinculante para manter (o aumento) das temperaturas abaixo de 2ºC. Se isso for conseguido, este estudo mostra que alguns dos mais significativos impactos das mudanças climáticas poderiam ser evitados significativamente"
Chris Huhne, ministro de Energia e Mudança Climática da Grã-Bretanha
A falta d'água também aparece como problema grave para o Egito, onde 98% da população seria afetada. O país norte-africano também perderia mais de 70% de sua área de cultivo.
A Grã-Bretanha, cujos dados meteorológicos, de temperatura e outros usados nos modelos são mais robustos, poderia até ter motivos para comemorar os impactos das mudanças climáticas. Enquanto o estudo indica que o Brasil não deve perder nem ganhar área de cultivo, a Grã-Bretanha poderia praticamente dobrar a sua agricultura, com um aumento de 96% na área compatível.
Os impactos se devem principalmente a previsões de mudança nos padrões de chuvas no planeta.
Isso pode levar a grandes riscos de fome, principalmente na África e em Bangladesh.

- Com BBC Brasil