quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DESNACIONALIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PREOCUPA

Audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática
As tecnologias de informação e comunicação (TICs), que mais têm contribuído para o crescimento da produtividade mundial, enfrentam um processo de desnacionalização no país. Os números e os problemas do setor foram debatidos em audiência pública na quarta-feira, 10 de agosto na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).
Para o professor José Eduardo Cassiolato, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a indústria eletrônica é muito baseada em empresas multinacionais. Segundo ele, é impensável o desenvolvimento de um país do porte do Brasil sem um mínimo de domínio das TICs.
Os problemas do setor foram analisados também pela representante do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Fernanda de Negri. Para ela, a cadeia de TICs está cada vez mais integrada, o que torna difícil pensar estratégias voltadas a um único tipo de produto.

Articulação

Fernanda de Negri disse que o Brasil tem empresas e capacitações dispersas em várias áreas. O desafio, em sua avaliação, é articular as possibilidades de integrar algumas dessas capacitações.
Tanto a representante do MCT quanto o secretário executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, destacaram as possibilidades criadas pela regulamentação da lei de compras governamentais para estimular a inovação no país.
O plano Brasil Maior, lançado recentemente pela presidente da República, Dilma Rousseff, abre a possibilidade de utilização das compras públicas para alavancar novos negócios e tecnologias. 

Engenheiros

Um dos desafios para o ambiente de inovação, apontado pelo gerente da Siemens Marcelo Machado, é número de engenheiros graduados no país, insuficiente para atender a demanda. Segundo ele, em 2009 graduaram-se no país apenas 47 mil engenheiros, contra 280 mil na Índia e 650 mil na China.
Sem profissionais em quantidade suficiente e com mão de obra mais cara do que Índia e China, os projetos na área de TICs estariam migrando para esses países, conforme a avaliação de Machado. 

Investimentos

O presidente da CCT, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), apontou outro problema: o baixo investimento da iniciativa privada em pesquisa e desenvolvimento (P&D).
Dados de 2008 indicam que os investimentos privados em P&D foram de 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 0,59% dos dispêndios governamentais. No Japão e nos Estados Unidos, os investimentos das empresas privadas são respectivamente de 2,67% e 1,86% do PIB.
Participaram da audiência da audiência também os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Cyro Miranda (PSDB-GO). 

- Com Agência Senado

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