domingo, 28 de agosto de 2011

PROPOSTAS PARA A RIO+20


O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) vai ouvir esta semana especialistas e representantes da sociedade civil para ajudar a construir a proposta brasileira para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorre em junho de 2012.
Vinte anos depois da Rio 92, ambientalistas do mundo inteiro vão voltar ao Brasil para um novo encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente. Mais do que um balanço sobre a implementação de compromissos estabelecidos na conferência de 1992 – como a Agenda 21 e a criação das convenções-quadro da ONU sobre Mudança do Clima e Biodiversidade – a Rio+20 tentará avançar em uma proposta de economia verde que concilie crescimento econômico com baixas emissões de carbono.
Ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos, o CDES, mais conhecido como Conselhão, está elaborando uma proposta para subsidiar o posicionamento do governo brasileiro na conferência e, para isso, vai reunir empresários, líderes sindicais, acadêmicos, pesquisadores e organizações não governamentais em um debate que leve a sugestões para uma economia sustentável. Entre os temas, estão energia, mudanças climáticas, inclusão social e combate à fome. A reunião vai ocorrer na próxima terça-feira, 30 de agosto na cidade de São Paulo.
O coordenador de Processos Internacionais do Instituto Vitae Civilis, Aron Berlinki, que vai participar do encontro, diz que o Brasil pode mostrar que é possível conciliar políticas que compatibilizem a inclusão social e o desenvolvimento limpo, com menos emissões de gases de efeito estufa que os países ricos.
- “Esse potencial o Brasil tem. Mas ainda há uma série de dificuldades práticas para direcionar a atividade econômica numa direção mais sustentável. É preciso corrigir algumas distorções graves, como alguns pontos da política energética.”, avaliou.
Segundo Berlinki, a possibilidade de flexibilização das leis ambientais – com as mudanças no Código Florestal – e a opção do governo em continuar investindo em grandes projetos hidrelétricos, em detrimento de outras opções de energias renováveis, pode comprometer a imagem do país como anfitrião da Rio+20.
Além do Vitae Civilis, a oficina deve reunir representantes do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, da Confederação Nacional da Indústria, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, entre outros.
O Conselhão é um órgão consultivo da Presidência da República.

Rio+20

A cidade do Rio de Janeiro será a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em 2012. O encontro recebeu o nome de Rio+20 e visa a renovar o engajamento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sustentável do planeta, vinte anos após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-92. Serão debatidos a contribuição da “economia verde” para o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza, com foco sobre a questão da estrutura de governança internacional na área do desenvolvimento sustentável. A Rio+20 insere-se, assim, na longa tradição de reuniões anteriores da ONU sobre o tema, entre as quais as Conferências de 1972 em Estocolmo, Suécia, e de 2002, em Joanesburgo, África do Sul.

- Com agências de noticiais

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