sexta-feira, 28 de outubro de 2011

MAIS EMPRESAS NORTE-AMERICANAS REVELAM GASTOS POLÍTICOS

Standard & Poors

Três quintos das 100 empresas do Standard & Poors estão agora relatando gastos corporativos diretos com campanhas políticas
Mais empresas norte-americanas estão se curvando à pressão dos acionistas para revelar seus gastos para influenciar as campanhas políticas, apesar de decisões judiciais permitirem caixa corporativo livre nas eleições, mostrou um estudo divulgado na sexta-feira.
Colgate-Palmolive Co, IBM e Merck & Co estão entre os grandes nomes com as melhores notas do Centro de Responsabilidade Política, um grupo financiado por uma fundação que pressiona as empresas a abrir os seus livros contábeis.
A regra chamada Cidadãos Unidos, definida pela Suprema Corte dos EUA em 2010 ,acabou com a maioria das restrições às doações de campanha por empresas e sindicatos, dando a esses grupos a capacidade de entregar cheques de valores altos para apoiar causas políticas.
Mas vem aumentando há anos a pressão dos acionistas das empresas listadas em bolsa para que elas revelem tais despesas. Defensores da divulgação argumentam que se envolver em política representa grandes riscos para a reputação de uma empresa e marca.
A Target Corp aprendeu essa lição da maneira mais difícil, quando deu US$150 mil em 2010 para um grupo empresarial de Minnesota que apoiou um candidato republicano a governador que era um ferrenho opositor do casamento gay.
O candidato acabou perdendo a eleição, mas a Target foi forçada a se defender de acionistas e de algumas pessoas, que ameaçaram um boicote.
A ira potencial do acionista “ganhou a atenção das empresas porque agora existe um reconhecimento maior de que os gastos políticos representam riscos reais, disse Bruce Freed, presidente do Centro de Responsabilidade Política. “Eles já estão lá? Não. Mas a direção é importante.”
Os acionistas têm tido cada vez mais sucesso em pressionar as empresas a revelar suas doações. Das 33 resoluções em grandes empresas levadas à votação dos acionistas em 2011, o apoio médio ficou em torno de 34%, de acordo com o Centro. Vários anos atrás, o apoio a tais resoluções era de cerca de 10%.
Três quintos das 100 empresas do Standard & Poors estão agora relatando gastos corporativos diretos, enquanto 43 empresas relatam algumas informações sobre gastos políticos por meio de terceiros, como grupos de comércio, segundo a pesquisa,
Antes da determinação do Cidadãos Unidos, as empresas poderiam gastar US$5 mil de seus comitês de ação política financiados por empregados em um candidato a cada eleição. Agora, não há limites.
O Cidadãos Unidos e outras decisões judiciais vão contribuir para tornar a eleição presidencial de 2012 a mais cara de todas, com um valor de US$6 bilhões ou mais, de acordo com algumas estimativas independentes.
O valor dos fundos provenientes de fontes não divulgadas subiu para US$135 milhões nas eleições de 2010, bem acima dos cerca de US$76 milhões em 2008, segundo o Centro de Política Responsiva.

- Com Reuters -  Washington

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