Jamila Calil |
A presidente da Fundação Municipal de Saúde, Jamila Calil (PPS-RJ), prestou depoimento, terça-feira, 1ª de novembro à CPI da Câmara que investiga a utilização de recursos para socorrer o município após à tragédia climática de 12 de janeiro. Convocada como testemunha, ela foi minuciosamente questionada pelos cinco integrantes da comissão. Foi um depoimento longo, desgastante, e nem sempre objetivo aos olhos de quem acompanhou a reunião no plenário do Legislativo. Em um dos momentos mais delicado e contundente, Jamila Calil destacou que, diante da situação de calamidade pública, nos momentos mais críticos que se sucederam ao evento climático, suas decisões foram tomadas de acordo com a dimensão e a urgência que os fatos exigiam.
- “Tomei decisões imperiosas, sim. Mas elas tinham que ser tomadas. E creio que acertei ao proceder desta forma porque a saúde pública funcionou quando mais se precisou dela. A saúde funcionou mesmo com parte do Hospital Municipal Raul Sertã invadido pela enxurrada, pela lama. Se eu não tivesse agido desta forma, entendo que estaria agora respondendo por omissão e negligência. O que não é o caso. Agi de acordo com o interesse público e faria tudo igual novamente.”, afirmou.
A presidente da Fundação Municipal de Saúde, Jamila Calil, durante o depoimento de quatro horas na CMNF |
A secretária de Saúde reconheceu a importância do trabalho de investigação da CPI e, desde o início do depoimento, ela se colocou à disposição para responder a todos os questionamentos que, diga-se, não foram poucos.
Em relação a detalhes como datas de contratações de serviços, de compra de medicamentos e algumas outras questões pontuais, Jamila Calil admitiu dificuldades para se lembrar de todos os procedimentos. Contudo, foi categórica em afirmar que, passados quase 10 meses da tragédia climática, “não constatou nenhum indício de fraude interna”, afirmou.
- “Mas se eu constatar qualquer desvio de conduta ou negócio obscuro, medidas legais cabíveis serão tomadas. Mas, reafirmo, não houve superfaturamento ou sobrepreços praticados no período emergencial.”, reiterou.
Em determinado ponto do depoimento, questionada sobre a contratação de uma empresa de manutenção de equipamentos hospitalares que estaria inabilitada judicialmente a prestar serviços a órgãos públicos, ela admitiu que foi informada antes da tragédia, mas que não titubeou em contratá-la porque a situação era crítica, emergencial, e, diante da inédita calamidade a prioridade era o interesse público. No caso, manter o sistema funcionando para atender a população.
Presidente da CPI afirma que respostas serão confrontadas com as perguntas
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