terça-feira, 2 de agosto de 2011

CARTEIRA DE EMPRÉSTIMOS DO BNDES JÁ É TRÊS VEZES MAIOR DO QUE A DO BANCO MUNDIAL

Sede do BNDS no Rio de Janeiro
O fracasso da fusão entre o Pão de Açúcar e as operações do Carrefour no Brasil alimentam a polêmica sobre o papel central do BNDES na economia do país, segundo uma análise publicada nesta quinta-feira pelo diário econômico britânico Financial Times.
O jornal afirma que as opiniões se dividem sobre se o BNDES é um fardo ou uma ajuda ao regime de crédito brasileiro.
Na análise do diário, a abortada participação do BNDES no financiamento da operação de fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour foi "uma experiência tumultuosa para uma das mais importantes instituições financeiras da América Latina".
O Financial Times comenta que a carteira de empréstimos da instituição é três vezes maior do que a do Banco Mundial e afirma que o seu papel central na economia e no setor corporativo do Brasil é objeto de polêmica.
"O presidente anterior do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, alistou o apoio do banco para sua visão de fomentar uma nova leva de 'heróis nacionais' - conglomerados brasileiros com alcance global", diz o texto.

Simpatizantes e críticos

O jornal diz que o BNDES rejeita a noção de estar criando esses heróis nacionais, dizendo que empresta e investe em uma base estritamente comercial, mas observa que o apoio da instituição foi fundamental para a criação de grandes conglomerados brasileiros como a Brasil Foods, maior exportador mundial de frango, e a JBS, maior exportador mundial de carne bovina.
O Financial Times comenta que os simpatizantes defendem a atuação do BNDES em prover financiamento de longo prazo no Brasil em uma área na qual os credores privados são cautelosos. O jornal observa, porém, que os críticos dizem que os empréstimos concedidos pelo banco na realidade expulsam o setor privado e que sua política generosa de crédito ajuda a alimentar a inflação.
"O banco empresta a taxas subsidiadas, supostamente prejudicando os esforços do Banco Central de conter a inflação aumentando as taxas de juros", afirma o texto.
O artigo diz ainda que os críticos também argumentam que os empréstimos deveriam ser mais estratégicos, favorecendo companhias inovadoras ou indústrias de tecnologia intensiva para ajudar o Brasil a produzir e exportar com mais valor agregado.

- Com agencias de noticias

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