As cadeiras penduradas do antigo teleférico, e as encostas onde houve deslizamento formam o cenário da Praça do Suspiro na cidade de Nova Friburgo O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou, dia 14 de outubro, que a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) vistoriasse o entorno do Teleférico de Nova Friburgo. O prazo para o cumprimento da determinação era de dez dias, sob pena de crime de desobediência, mas, até hoje, nada foi feito. Segundo a Emop, a Subsecretaria Estadual da Região Serrana teria sido encarregada de fazer a vistoria, mas a subsecretaria afirma justamente o oposto. A decisão do TJ tem como objetivo verificar se há riscos de desabamento das construções e a eficácia das obras de contenção já realizadas pelo estado. A ordem considerou ainda a chegada da época de chuvas e o agravamento de riscos de novos deslizamentos. Na entrada do principal cartão-postal do município, o aviso ainda está pendurado na parede. Porém, a frase “A mais bela vista de Nova Friburgo”, escrita na bilheteria do teleférico, não pode mais ser interpretada como antigamente. Com destino incerto desde as chuvas que atingiram a Região Serrana, em janeiro deste ano, a atração turística está abandonada há dez meses. As cadeiras penduradas por cabos e a instabilidade da encosta assustam moradores, comerciantes e pedestres. O taxista João Batista Bueno, que faz ponto na Praça do Suspiro, reclama da demora para recuperar o entorno. — “Estamos no centro da cidade, e as obras andam nesse ritmo. Imagina nos bairros mais afastados! Em compensação, a prefeitura gasta bastante dinheiro reformando o centro de turismo e renovando a frota do município.”, ressalta. A apenas alguns metros dali, o jornaleiro Marcelo Ribeiro reclama da queda no movimento. Segundo ele, as vendas nunca mais voltaram ao normal, desde a tragédia do início do ano. Nas paredes da banca, algumas fotos do local tiradas em diversas décadas mostram que, mesmo nos anos 1920, já havia desmatamento. — “É uma pena porque esse era o principal ponto turístico da cidade.”, lamenta.
- Com O Globo
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