domingo, 13 de novembro de 2011

JOGO DE EMPURRA ENTRE EMOP E A SUBSECRETARIA ESTADUAL DA REGIÃO SERRANA ATRASAM OBRAS EM NOVA FRIBURGO

As cadeiras penduradas do antigo teleférico, e as encostas onde houve deslizamento formam o cenário da Praça do Suspiro na cidade de Nova Friburgo
 
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou, dia 14 de outubro, que a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) vistoriasse o entorno do Teleférico de Nova Friburgo. O prazo para o cumprimento da determinação era de dez dias, sob pena de crime de desobediência, mas, até hoje, nada foi feito. Segundo a Emop, a Subsecretaria Estadual da Região Serrana teria sido encarregada de fazer a vistoria, mas a subsecretaria afirma justamente o oposto.
A decisão do TJ tem como objetivo verificar se há riscos de desabamento das construções e a eficácia das obras de contenção já realizadas pelo estado. A ordem considerou ainda a chegada da época de chuvas e o agravamento de riscos de novos deslizamentos.
Na entrada do principal cartão-postal do município, o aviso ainda está pendurado na parede. Porém, a frase “A mais bela vista de Nova Friburgo”, escrita na bilheteria do teleférico, não pode mais ser interpretada como antigamente.
Com destino incerto desde as chuvas que atingiram a Região Serrana, em janeiro deste ano, a atração turística está abandonada há dez meses.
As cadeiras penduradas por cabos e a instabilidade da encosta assustam moradores, comerciantes e pedestres. O taxista João Batista Bueno, que faz ponto na Praça do Suspiro, reclama da demora para recuperar o entorno.
— “Estamos no centro da cidade, e as obras andam nesse ritmo. Imagina nos bairros mais afastados! Em compensação, a prefeitura gasta bastante dinheiro reformando o centro de turismo e renovando a frota do município.”, ressalta.
A apenas alguns metros dali, o jornaleiro Marcelo Ribeiro reclama da queda no movimento. Segundo ele, as vendas nunca mais voltaram ao normal, desde a tragédia do início do ano. Nas paredes da banca, algumas fotos do local tiradas em diversas décadas mostram que, mesmo nos anos 1920, já havia desmatamento.
— “É uma pena porque esse era o principal ponto turístico da cidade.”, lamenta.

- Com O Globo

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