quarta-feira, 31 de agosto de 2011

DILMA PERDEU TRÊS MINISTROS POR DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO NOS ÚLTIMOS TRÊS MESES

Dilma Rousseff

O combate à corrupção no Brasil não depende apenas da troca de funcionários envolvidos em acusações, como vem fazendo a presidente Dilma Rousseff, mas requer também um combate à burocracia que dá margem à corrupção, na avaliação de editorial publicado pelo diário econômico britânico Financial Times.
O jornal observa que Dilma Rousseff teve "três meses desconfortavelmente atribulados" com a perda de três de seus ministros em meio a denúncias de corrupção e afirma que a postura inflexível da presidente sobre a corrupção é "um abandono bem-vindo da atitude permissiva que caracterizou a política brasileira por muito tempo".
O editorial avalia ainda que a atitude de Dilma Rousseff é também "mais um sinal de que ela está imprimindo a sua própria autoridade sobre o governo que herdou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".
O Financial Times cita uma estimativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de que a corrupção custa ao país cerca de 2% do PIB e diz que "para o Brasil atingir seu potencial econômico, a corrupção precisa ser combatida com vigor".

A favor

O jornal comenta que Dilma Rousseff tem vários fatores a seu favor no combate à corrupção.
- "Seus índices de aprovação são bons. Sua maioria no Congresso é suficientemente grande para sobreviver à deserção de partidos menores. E talvez o mais importante, o milagre econômico brasileiro criou uma crescente e ruidosa classe média para quem o combate à corrupção é uma questão importante. Ela não deve desanimar", diz.
Para o FT, no entanto, Dilma Rousseff "precisa mais do que novos funcionários". "Ela precisa também combater a burocracia excessiva que simplesmente alimenta a corrupção. Uma reforma tributária mais vigorosa seria um bom lugar para começar", afirma o texto.
- "Dilma Rousseff precisa combater a burocracia excessiva que alimenta a corrupção"

Editorial do Financial Times

O editorial cita uma estimativa do Banco Mundial de que as empresas brasileiras gastam 2.600 horas anuais para formular suas declarações de impostos e observa que "enquanto o cumprimento das leis empresariais no Brasil for tão complicado, funcionários corruptos serão sempre capazes de fazer um dinheiro rápido em troca de favores".
Para o jornal, além de ajudar no combate à corrupção, uma reforma tributária teria também o efeito de melhorar a competitividade da economia brasileira e poderia ajudar a evitar os efeitos negativos de uma possível queda nas cotações das commodities.
- " Dilma Rousseff sabe disso e, como muitos de seus antecessores, vem propondo uma reforma geral do sistema tributário. Ao contrário deles, ela precisa cumprir a promessa", conclui o editorial.

- Com agências de noticias

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